sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Dilma, Cabral, Pezão: destruiram o Brasil e o Rio


Estava sozinho em Paris tomando meu café da manhã quando veio falar comigo um sujeito, brasileiro, pernambucano, baixo, magro, cabeçudo, uns 55 anos. Estava com a sua “senhôra”. Sem que eu os convidasse, sentaram-me comigo - e ele pôs-se a falar: estava entusiasmadíssimo com o pré-sal – e repetiu o discurso ufano-mentiroso do Lula a respeito da nossa redenção pelo petróleo. Ouvi, falei pouco, mas alertei, com enfado: “Não será exatamente assim”. Despedi-me – e me mandei.

A dupla Cabral-Pezão também acreditou no discurso petista – e se deu mal. Se deu mal porque, como Dilma, a dupla fez uma péssima gestão, irresponsável em todos os aspectos. Contando o ovo no fiofó da galinha, como dizia minha avó, além do inchaço da máquina (a companheirada se fartou!), distribuíram desonerações adoidado, foram perdulários, corruptos, transformaram o Rio numa verdadeira zona de quinta categoria. O mesmo – exatamente o mesmo - que a Dilma fez com o Brasil.

Pezão, na TV, parece uma donzela que, de repente, acordou e percebeu que perdera a virgindade: comenta a crise do Rio como se ele (e o Cabral) nada tivesse a ver com ela, como se tivesse sido enganado por um sedutor insidioso, cujo nome se recusa a dizer. Propõe, como solução da sua própria incompetência e irresponsabilidade, um pacote de medidas indecente, imoral, estúpido, nojento, sórdido, salafrário, pouco se lixando para os servidores do estado, os aposentados e os pensionistas do estado. Só falta dizer: eu quero resolver os problemas, mas a malta não permite.

Vários estados estão na mesma situação do Rio – e todos eles assim estão porque seguiram o breviário petista de governança: o estado tudo pode, inclusive gastar acima do que arrecada, pois, como dizia o velho samba, “se o Brás é o tesoureiro/a gente acerta no final”.

A esquerda pré-histórica brasileira não sabe o que dizer ou propor, apesar do fato de que grande parte dela é responsável pela situação do Brasil, do Rio e dos demais estados - que, mais cedo ou mais tarde, irão explodir. Estamos, todos nós, agarrados nas tábuas de um naufrágio causado por comandantes que, diante de um iceberg, resolveram encará-lo de frente. Alguns náufragos sugerem que as tábuas sejam agrupadas, um modo de salvar todo mundo, mas a esquerda pré-diluviana limita-se a repetir os slogans, os clichês – e promover a baderna de sempre.

Aqui, em Brasília, motoristas e cobradores entraram de greve contra a PEC dos gastos, a PEC do ensino médio e por um aumento de não sei quantos por cento. No Brasil, a CUT age assim, como os movimentos dos sem teto e dos sem terra. Essa turma apoiou Dilma e os governadores dos estados que hoje estão sufocados, à míngua. Defenderam a tragédia e a hecatombe como se fosse o melhor dos mundos – e hoje atuam como se não tivessem a menor responsabilidade pelo buraco em que estamos enfiados. A propósito: de que vivem Boulos e Stédile?

Falei da greve em Brasília – e aproveito para contar um fato pessoal: minha faxineira e minha fisioterapeuta (estou com dores na coluna) moram em Goiás, em municípios goianos que cercam Brasília. Dependem do transporte coletivo para chegar ao trabalho e voltar para casa. Estavam desesperadas. Não conheço em Brasília um só petista (todos de classe média) que não tenha carro próprio – e andem de ônibus. Mas todos eles estão aplaudindo a greve dos “companheiros motoristas e cobradores”.

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