quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Da série “O Brasil que jamais desejei (V)”

O velho professor do Penedo tem uma convicção: os políticos brasileiros, mormente os atuais, jamais o decepcionaram. A gente espera o ruim, e o ruim vem - piorado.
Outro dia, a Comissão de Ética da Câmara dos Deputados rejeitou por 16 votos a dois a admissibilidade do processo disciplinar contra o deputado Valdemar Costa Neto, do PR-SP. Quando do escândalo do mensalão, Costa Neto renunciou para não ser cassado. Voltou, aprontou no Ministério dos Transportes (cujo ministro foi defenestrado!), mas acabou contando com a camaradagem dos pares.
Outro dia, cá em Brasília, houve uma manifestação contra a corrupção. Fincou-se 600 vassouras no gramado fronteiriço ao Congresso. Até aí, tudo bem. Quando os organizadores do movimento foram recolher as vassouras, constataram que 59 delas tinham sido roubadas!
É, a coisa está séria, muito séria!
Agora, vejam o que aconteceu na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados.
1)      Câmara dos Deputados. Reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania - CCJ. Presentes apenas o vice-presidente da dita Comissão, deputado César Colnago, do PSDB-ES, e o deputado Luiz Couto, do PT-PB.
2)      Para abrir a sessão, são necessárias assinaturas de 36 deputados. Esse quórum existia, mas todos assinaram e se mandaram, como, aliás, ocorre todas as quintas-feiras.
3)      Só permaneceram os dois deputados já citados, que deram início aos trabalhos, pois afinal havia 118 projetos a examinar. Vejam bem: 118 projetos!
4)      Os projetos foram votados em quatro blocos de 38 (concessão de radiodifusão), de 09 (projetos de lei), de 65 (renovação de concessão de radiodifusão) e de 06 (acordos internacionais).
5)      A cada votação, o cara-de-pau Colnago (presidente em exercício da CCJ) consultava o plenário, como se estivesse lotado: “Os deputados que forem pela aprovação, permaneçam como se encontram”. Sentado na primeira fila, o cara-de-pau Couto nem piscava. E o cara-de-pau Colnago dizia: “Aprovado”.
6)      E, assim, em apenas 3 minutos e 11 segundos, foram aprovados 118 projetos. Haja eficiência!
7)      Depois de encerrada a memorável sessão, o cara-de-pau Colnago comentou, rindo: “Depois dizem que a oposição não ajuda”.
8)      Além das centenas de concessão e renovações de radiodifusão, os dois deputados aprovaram, no pacotão, acordos bilaterais do Brasil com a Índia, Libéria, Congo, Belize, Guiana e República Dominicana. Entre os projetos de lei, há um que trata da carteira de habilitação especial para os portadores de diabetes.

Macunaíma - o herói sem nenhum caráter (foi a única ilustração que me ocorreu. Em 2014, vamos todos votar no Macunaíma)

***

Escolinha da Professora Dilma

Depois de tudo isso, só a Dona Dilma, em Bruxelas, dando uma aula de economia aos ministros da fazenda e da economia dos países ricos, do FMI e do Banco Mundial. Trêmula e gaguejante, a “tia” disse uma série de lugares-comuns, que sequer podem se aplicados ao Brasil quando a crise chegar até nós. Facílimo ver no discurso da “tia” os ensinamentos e a orientação do “mestre” Aluizio Mercadante, que, muito sério e bigodudo, estava lá, usufruindo dos tapetes vermelhos da capital belga.

Que tal o professor Raimundo como assessor da "tia" Dilma?

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