Embora não tenha escrito jamais na vida um poeminha que seja, o Velhote do Penedo lê muita poesia. Lê e coleciona preciosidades, como as que se seguem. Leiam e curtam:
1. Elegias, de Mauro Mota.
Longa rua distante de subúrbio,
Velha e comprida rua não violada
pelos prefeitos,
Passo sobre ti suavemente neste
fim de tarde de domingo
2. A ladeira da memória, de José
Geraldo Vieira.
Não existe nunca solidão completa
a não ser na morte.
3. Vozes da noite, de Augusto Frederico Schmidt.
Vozes
da noite, vozes da noite...
Não
as vozes do mar, monótonas, terríveis;
Não
as vozes que vêm das distâncias
-
Sombras dos grandes ruídos apagados...
Vozes
da noite, vozes da noite...
Vozes
que estais em mim, chamando
O
meu inquieto e abandonado sonho.
Vozes
da noite, vozes da noite...
4. Recordações
do escrivão Isaias Caminha, de Lima Barreto.
A tristeza, a
compressão e a desigualdade de nível mental do meio familiar, agiram sobre mim
de um modo curioso: deram-me anseios de inteligência.
5. Nunca mais, de
Dorival Caymmi.
Uma vez me
pediste sorrindo, eu voltei.
Outra vez me
pediste chorando, eu voltei.
Mas agora eu não
quero e nem posso,
Nunca mais...
O que tu me
fizeste, amor, foi demais.
6. Eu sonhei
que tu estavas tão linda, de Lamartine Babo e Francisco Mattoso.
Eu sonhei que tu
estavas tão linda...
Numa festa de
raro esplendor
Teu vestido de
baile... Lembro ainda:
Era branco, todo
branco, meu amor!
7. Fita
amarela, de Noel Rosa.
Quando eu
morrer, não quero choro, nem vela,
Quero uma fita
amarela,
Gravada com o
nome dela.
8. Coisas do
mundo, minha nêga, de Paulinho da Viola.
As coisas estão
no mundo,
Só que eu preciso aprender.
9. Quando eu me
chamar saudade, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.
Se alguém quiser
fazer por mim
Que faça agora.
10. Não diga não, de Tito Madi.
Não diga não
Não me deixe
sozinho
Sofro demais
Longe do seu
carinho
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