sábado, 30 de junho de 2012

Textos que dizem tudo (2)



Embora não tenha escrito jamais na vida um poeminha que seja, o Velhote do Penedo lê muita poesia. Lê e coleciona preciosidades, como as que se seguem. Leiam e curtam:


1. Elegias, de Mauro Mota.

Longa rua distante de subúrbio,

Velha e comprida rua não violada pelos prefeitos,

Passo sobre ti suavemente neste fim de tarde de domingo

2. A ladeira da memória, de José Geraldo Vieira.

Não existe nunca solidão completa a não ser na morte.

3. Vozes da noite, de Augusto Frederico Schmidt.

Vozes da noite, vozes da noite...

Não as vozes do mar, monótonas, terríveis;

Não as vozes que vêm das distâncias

- Sombras dos grandes ruídos apagados...

Vozes da noite, vozes da noite...

Vozes que estais em mim, chamando

O meu inquieto e abandonado sonho.

Vozes da noite, vozes da noite...

4. Recordações do escrivão Isaias Caminha, de Lima Barreto.

A tristeza, a compressão e a desigualdade de nível mental do meio familiar, agiram sobre mim de um modo curioso: deram-me anseios de inteligência.

5. Nunca mais, de Dorival Caymmi.

Uma vez me pediste sorrindo, eu voltei.

Outra vez me pediste chorando, eu voltei.

Mas agora eu não quero e nem posso,

Nunca mais...

O que tu me fizeste, amor, foi demais.

6. Eu sonhei que tu estavas tão linda, de Lamartine Babo e Francisco Mattoso.

Eu sonhei que tu estavas tão linda...

Numa festa de raro esplendor

Teu vestido de baile... Lembro ainda:

Era branco, todo branco, meu amor!

7. Fita amarela, de Noel Rosa.

Quando eu morrer, não quero choro, nem vela,

Quero uma fita amarela,

Gravada com o nome dela.

8. Coisas do mundo, minha nêga, de Paulinho da Viola.

As coisas estão no mundo,

Só que eu preciso aprender.

9. Quando eu me chamar saudade, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.

Se alguém quiser fazer por mim

Que faça agora.

10. Não diga não, de Tito Madi.

Não diga não

Não me deixe sozinho

Sofro demais

Longe do seu carinho




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