terça-feira, 14 de agosto de 2012

RACISMO, NÃO


O sambista, escritor, pesquisador, ótimo cidadão, vascaíno, Ney Lopes, cuja obra – em todos os sentidos - é digna de respeito e leitura acurada, postou no blog Meu Lote o texto abaixo que o Velho Professor do Penedo endossa, divulga e chama a atenção de todos. É preciso que todos nós tenhamos em mente que o racismo não pode ser tolerado em hipótese alguma, que uma das suas mais cruéis formas é a ridicularização do negro pobre, desdentado e iletrado.

 



DE VOLTA AO ESCRACHO

Ney Lopes

Na década de 1920, era comum, no cinema americano, a representação de personagens negros por artistas brancos pintados de preto, prática essa banida no contexto das lutas pelos direitos civis do povo afro-americano, mas que ainda persistiu na televisão brasileira, filha bastarda de Hollywood.

Com as conquistas dos movimentos de afirmação da identidade afrobrasileira, conquistas essas em boa parte acolhidas pelo Poder institucional, isso parecia também ter acabado por aqui.

Mas de repente eis que um programa “humorístico” da maior rede de tevê do Brasil, retoma o escárnio e a violência destrutiva do estereótipo mais negativo (mulher negra, feia, iletrada, ridícula) , através do malfadado “black-face”.

A notícia nos chega através da Internet, pois naturalmente nenhuma “zorra”, total ou parcial, consta no cardápio televisivo aqui do Lote. E a adrenalina da indignação nos empalidece o rosto.

Mas a bronca arrefece um pouquinho ao sabermos que providências legais estão sendo tomadas contra mais esta ação racista, a qual confirma algo já sabido: que apesar dos avanços tecnológicos, a postura ideológica e ética da televisão brasileira parou na década de 1920.

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