domingo, 25 de agosto de 2013

Cadê as providências, senhores políticos?


 

Jornal do Velhote do Penedo

Número 5

Segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Um jornal a serviço de ideias desabusadas

Editorial

Supõe-se que no dia 7 de setembro ocorrerá no Brasil grandes manifestações de rua. Segundo se diz, os manifestantes irão cobrar das autoridades as providências que elas prometeram em junho e julho, mas que não atenderam até hoje.

De fato, quando o povo brasileiro saiu às ruas, a presidente Dilma foi à televisão – e, confusa como de hábito, jurou que era contra a corrupção, prometeu um plebiscito, uma constituinte e várias reformas, entre as quais a política. Depois, foi a vez do senador Renan subir à tribuna do Senado – e, esperto como é, prometeu uma série de providências, todas elas impossíveis e inviáveis a curto e a médio prazos. Enfim, nada se fez. Tivemos apenas promessas – e bla-bla-blas. A inflação continua alta – e, sem os subsídios que o governo dá (preços da gasolina, por exemplo), já estaria beirando os 10%. O dólar continua subindo, a corrupção campeia (todos os dias temos denúncias as mais cabeludas, envolvendo políticos e autoridades dos mais variados partidos). Tem-se a impressão que os políticos não dão a menor bola para o povo.

Considerando a educação, a saúde, o saneamento, os transportes coletivos, entre outras indicações de civilidade, o Brasil é, na verdade, uma semi-África, embora sem aqueles generais sanguinários e amedalhados que vemos nos noticiários e filmes. Tal como na África, grande parte da população brasileira vive em favelas, guetos, na rua, em manguezais, em choças.

A população brasileira, apesar da propaganda governamental, é, em sua maioria, pobre, paupérrima, analfabeta, doente. Prova disso é que milhões de famílias se sentem gratificados com a migalha da bolsa-família (70 reais por família!), que os governos do PT inventaram como uma espécie de tapa-boca dos miseráveis. Nossas elites – políticas, governamentais, empresariais e intelectuais - não merecem o chão que pisam, pois a maioria deles vivem às custas de subsídios e auxílios governamentais. Vejam o caso do Sr. Elke Batista, que enganou a muitos, utilizando dinheiro público (do BNDES), que, por força de suas ligações com o ex-presidente Lula, lhe era repassado em condições extremamente favoráveis. Vejam os casos das grandes empreiteiras, dos grandes bancos, das grandes empresas – muitas deles envolvidos em escândalos e golpes.

Semanalmente, as revistas Época, Veja e Istoé reportam escândalos que, num país civilizado, fariam cair governos e levariam políticos e gestores à penitenciária. Não são escândalos que envolvem apenas o PT, embora este partido, por ser o governamental, esteja sempre no epicentro dos principais maracutaias. O PSDB, por exemplo, vai ter que explicar – ou responder penalmente – as denúncias da Siemens, que envolvem figuras de proa do partido.

O Velhote do Penedo espera que o povo saia mais uma vez às ruas, cobrando das autoridades o que lhe foi prometido e não cumprido. Não mudaremos o Brasil enquanto as autoridades não respeitarem – e temerem – o povo organizado.

 “Os reis da voz”   

Lancei esta semana, pela Editora Casa da Palavra, o livro “Os reis da voz”, que discute a trajetória de 15 grandes cantores da música popular brasileira: Francisco Alves, Mário Reis, Jorge Goulart, Orlando Silva, Cauby Peixoto, Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Tito Madi, Nelson Gonçalves, Ciro Monteiro, Silvio Caldas, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Germano Mathias e Moreira da Silva.
 

Este livro complementa o meu “As divas do Rádio Nacional”, que lancei, em 2010, contando a história de 14 grandes cantoras dos anos dourados do rádio brasileiro.

Como nas “Divas do Rádio Nacional”, o livro “Os reis da voz” inclui um CD com gravações originais.
 

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