Jornal do Velhote do Penedo
Número
5
Segunda-feira,
26 de agosto de 2013
Um jornal a serviço de ideias desabusadas
Editorial
Supõe-se
que no dia 7 de setembro ocorrerá no Brasil grandes manifestações de rua.
Segundo se diz, os manifestantes irão cobrar das autoridades as providências
que elas prometeram em junho e julho, mas que não atenderam até hoje.
De
fato, quando o povo brasileiro saiu às ruas, a presidente Dilma foi à televisão
– e, confusa como de hábito, jurou que era contra a corrupção, prometeu um
plebiscito, uma constituinte e várias reformas, entre as quais a política.
Depois, foi a vez do senador Renan subir à tribuna do Senado – e, esperto como
é, prometeu uma série de providências, todas elas impossíveis e inviáveis a
curto e a médio prazos. Enfim, nada se fez. Tivemos apenas promessas – e
bla-bla-blas. A inflação continua alta – e, sem os subsídios que o governo dá
(preços da gasolina, por exemplo), já estaria beirando os 10%. O dólar continua
subindo, a corrupção campeia (todos os dias temos denúncias as mais cabeludas,
envolvendo políticos e autoridades dos mais variados partidos). Tem-se a
impressão que os políticos não dão a menor bola para o povo.
Considerando
a educação, a saúde, o saneamento, os transportes coletivos, entre outras
indicações de civilidade, o Brasil é, na verdade, uma semi-África, embora sem
aqueles generais sanguinários e amedalhados que vemos nos noticiários e filmes.
Tal como na África, grande parte da população brasileira vive em favelas,
guetos, na rua, em manguezais, em choças.
A
população brasileira, apesar da propaganda governamental, é, em sua maioria,
pobre, paupérrima, analfabeta, doente. Prova disso é que milhões de famílias se
sentem gratificados com a migalha da bolsa-família (70 reais por família!), que
os governos do PT inventaram como uma espécie de tapa-boca dos miseráveis.
Nossas elites – políticas, governamentais, empresariais e intelectuais - não
merecem o chão que pisam, pois a maioria deles vivem às custas de subsídios e
auxílios governamentais. Vejam o caso do Sr. Elke Batista, que enganou a
muitos, utilizando dinheiro público (do BNDES), que, por força de suas ligações
com o ex-presidente Lula, lhe era repassado em condições extremamente
favoráveis. Vejam os casos das grandes empreiteiras, dos grandes bancos, das
grandes empresas – muitas deles envolvidos em escândalos e golpes.
Semanalmente,
as revistas Época, Veja e Istoé reportam escândalos que, num país civilizado,
fariam cair governos e levariam políticos e gestores à penitenciária. Não são
escândalos que envolvem apenas o PT, embora este partido, por ser o
governamental, esteja sempre no epicentro dos principais maracutaias. O PSDB,
por exemplo, vai ter que explicar – ou responder penalmente – as denúncias da
Siemens, que envolvem figuras de proa do partido.
O
Velhote do Penedo espera que o povo saia mais uma vez às ruas, cobrando das
autoridades o que lhe foi prometido e não cumprido. Não mudaremos o Brasil
enquanto as autoridades não respeitarem – e temerem – o povo organizado.
“Os reis da voz”
Lancei
esta semana, pela Editora Casa da Palavra, o livro “Os reis da voz”, que
discute a trajetória de 15 grandes cantores da música popular brasileira:
Francisco Alves, Mário Reis, Jorge Goulart, Orlando Silva, Cauby Peixoto,
Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Tito Madi, Nelson Gonçalves, Ciro Monteiro,
Silvio Caldas, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Germano Mathias e Moreira da
Silva.
Este
livro complementa o meu “As divas do Rádio Nacional”, que lancei, em 2010,
contando a história de 14 grandes cantoras dos anos dourados do rádio
brasileiro.
Como
nas “Divas do Rádio Nacional”, o livro “Os reis da voz” inclui um CD com
gravações originais.
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