A
tragédia de Mariana
O
Velhote do Penedo possui um bom acervo de livros, revistas antigas, discos (LPs
e 78 rotações), artesanatos, fotos antigas, microfilmes, vídeos, gravações de entrevistas,
recortes de jornais. Tudo, ou quase tudo, sobre o Brasil. Um amigo disse, um
dia, que a casa do Velhote lembra um sebo. Talvez.
Disse
isso para informar que tenho uma caixa onde reúno material sobre desastres naturais,
como chuvas, enchentes, etc. Este fim de semana – e diante do episódio de Mariana,
Minas Gerais – examinei o arquivo e cheguei a uma dolorosa conclusão: em breve,
o acidente vai cair no esquecimento, nada vai ser feito, o governo dirá que é
ótimo, mas o povo não entende o quanto ele é justo.
O
enredo varia apenas quanto o motivador da tragédia: às vezes, enchente; outras
vezes, deslizamentos; agora, estouro de duas barragens de resíduos de mineração,
lama e outros entulhos. O governador, o prefeito e o ministro da integração
(não sei o nome) sobrevoaram o local, disseram-se estarrecidos com o que viram,
afirmaram que tomarão providências – e foram embora. Missão cumprida. A presidente,
desta vez, não foi ao local, mas emitiu uma nota declarando-se solidária com as
vítimas. Ela tem coisas mais importantes com que se preocupar.
Deixo
aqui uma previsão. Daqui a alguns dias, a mídia estará falando de outro assunto
– e um sinistro e criminoso silêncio cobrirá de luto a tragédia de Mariana.
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