segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Já vimos esse filme.


A tragédia de Mariana

O Velhote do Penedo possui um bom acervo de livros, revistas antigas, discos (LPs e 78 rotações), artesanatos, fotos antigas, microfilmes, vídeos, gravações de entrevistas, recortes de jornais. Tudo, ou quase tudo, sobre o Brasil. Um amigo disse, um dia, que a casa do Velhote lembra um sebo. Talvez.

Disse isso para informar que tenho uma caixa onde reúno material sobre desastres naturais, como chuvas, enchentes, etc. Este fim de semana – e diante do episódio de Mariana, Minas Gerais – examinei o arquivo e cheguei a uma dolorosa conclusão: em breve, o acidente vai cair no esquecimento, nada vai ser feito, o governo dirá que é ótimo, mas o povo não entende o quanto ele é justo.

O enredo varia apenas quanto o motivador da tragédia: às vezes, enchente; outras vezes, deslizamentos; agora, estouro de duas barragens de resíduos de mineração, lama e outros entulhos. O governador, o prefeito e o ministro da integração (não sei o nome) sobrevoaram o local, disseram-se estarrecidos com o que viram, afirmaram que tomarão providências – e foram embora. Missão cumprida. A presidente, desta vez, não foi ao local, mas emitiu uma nota declarando-se solidária com as vítimas. Ela tem coisas mais importantes com que se preocupar.

Deixo aqui uma previsão. Daqui a alguns dias, a mídia estará falando de outro assunto – e um sinistro e criminoso silêncio cobrirá de luto a tragédia de Mariana.

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