segunda-feira, 21 de março de 2016

Desilusão cruel


E a ex-atriz, atualmente cantora, Letícia Sabatella, heim?

Lembro-me dela lutando contra a transposição do rio São Francisco, debatendo (e sendo ofendida) com Ciro Gomes sobre a transposição e o número excessivo de ministérios (de Dilma), emocionei-me ao vê-la conversando com D. Luiz Flávio Cappio, que fazia greve de fome contra o projeto.

Pareceu-me uma guerreira – e, devido à sua defesa do Velho Chico, eu a amei perdidamente. Amei os seus olhos, amei a pinta que ela tem no rosto, amei sua voz meiga, amei seus cabelos negros e brilhantes.

Hoje, ela defende o governo da Dilma, defende (ou é indiferente) à corrupção, à incompetência administrativa (que produziu inflação, desemprego, ensino ruim, saúde caindo pelas tabelas, insegurança) e ao número de ministérios. Hoje, deve ser (ó, céus!) a favor da transposição do rio São Francisco, que, como disse um ribeirinho, não está agonizando: “o São Francisco já morreu”.

Lamento. Lamento muito, muitíssimo. Na minha idade, uma desilusão tem o gosto amargo de vida perdida.

Hoje, deprimido e só, vi no feice que ela levantou no Ministério da Cultura (via Lei Rouanet) 1,5 milhão de reais para um show. Não acreditei. Não acredito. Não pode ser. Será que pode? Pior do que mudar de opinião (é um direito, sem dúvida), é ser cooptada dessa maneira, por esse método. Meu mundo caiu, disse, um dia, Maysa.

A minha antiga paixão (distante e platônica) não podia fazer isto com o Velhote, se é que fez. Letícia continua bela, mas não é mais a mesma mulher que eu amei.

Como disse o velho Ari Barroso: “uma cruel desilusão foi tudo que ficou / ficou / prá machucar meu coração”.

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