E a ex-atriz, atualmente cantora,
Letícia Sabatella, heim?
Lembro-me dela lutando contra a
transposição do rio São Francisco, debatendo (e sendo ofendida) com Ciro Gomes
sobre a transposição e o número excessivo de ministérios (de Dilma),
emocionei-me ao vê-la conversando com D. Luiz Flávio Cappio, que fazia greve de
fome contra o projeto.
Pareceu-me uma guerreira – e, devido à
sua defesa do Velho Chico, eu a amei perdidamente. Amei os seus olhos, amei a
pinta que ela tem no rosto, amei sua voz meiga, amei seus cabelos negros e
brilhantes.
Hoje, ela defende o governo da Dilma,
defende (ou é indiferente) à corrupção, à incompetência administrativa (que
produziu inflação, desemprego, ensino ruim, saúde caindo pelas tabelas,
insegurança) e ao número de ministérios. Hoje, deve ser (ó, céus!) a favor da
transposição do rio São Francisco, que, como disse um ribeirinho, não está
agonizando: “o São Francisco já morreu”.
Lamento. Lamento muito, muitíssimo. Na
minha idade, uma desilusão tem o gosto amargo de vida perdida.
Hoje, deprimido e só, vi no feice que
ela levantou no Ministério da Cultura (via Lei Rouanet) 1,5 milhão de reais
para um show. Não acreditei. Não acredito. Não pode ser. Será que pode? Pior do
que mudar de opinião (é um direito, sem dúvida), é ser cooptada dessa maneira,
por esse método. Meu mundo caiu, disse, um dia, Maysa.
A minha antiga paixão (distante e
platônica) não podia fazer isto com o Velhote, se é que fez. Letícia continua
bela, mas não é mais a mesma mulher que eu amei.
Como disse o velho Ari Barroso: “uma
cruel desilusão foi tudo que ficou / ficou / prá machucar meu coração”.
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