Jornal do Velhote do Penedo
Segunda-feira,
22 de setembro de 2013 - Número 7
Um jornal a serviço de ideias desabusadas
Editorial
É
inegável: houve um arrefecimento das manifestações populares em todo o Brasil,
o que estimula as canalhices que as autoridades e parte expressiva da mídia
praticam a cada dia.
Muitas
são as razões alegadas para o fim das manifestações: falta de lideranças,
distanciamento de partidos políticos, ingenuidade de boa parte das
reivindicações, forte apelo ao moralismo. É possível que tudo isto tenha
contribuído, mas o velho professor do Penedo gostaria de comentar, hoje, tres
fatores que a seu juízo afastaram o povo da rua. São eles: a demonização do
movimento pela mídia, mormente pela Rede Globo e pela GloboNews; a infiltração
ostensiva de policiais entre os manifestantes, que estimularam e deram início
aos diversos quebra-quebras em que transformaram as passeatas; a violência
desmedida das polícias militares, sobretudo as do Rio de Janeiro, São Paulo e
Rio Grande do Sul.
A
violência é condenável, mas é inegável que a mídia potencializou os
acontecimentos, verberando contra os “vândalos” que investiam contra os bens
públicos e privados. O certo é que a Rede Globo (que recentemente perdeu uma
ação de 1 bilhão de reais para a Receita Federal) e a GloboNews, sempre fiéis à
visão reacionária do mundo, são absolutamente contrárias aos movimentos de
massa: o que lhes interessa de fato é a paz dos pântanos. O uso massivo,
constante e odioso da palavra “vândalos” tinha por objetivo simultâneo espalhar
um estigma sobre os manifestantes e disseminar o mêdo entre as pessoas. Ninguém
queria ser rotulado de “vândalo”. E tampouco ser vítima da violência provocada
pelos “vândalos”.
É
inegável que alguns “vândalos” responsáveis pelos quebra-quebras eram gente infiltrada
pela polícia e por uma escória financiada por partidos políticos contrários às
manifestações, cabos eleitorais e delinquentes que orbitam em torno de
determinados políticos. Bem verdade que alguns “vândalos” eram estudantes
enfurecidos com o cinismo que campeia no meio político do Brasil. O Velhote do
Penedo já escreveu sobre isso – e não vai repetir o que já disse.
A
violência da polícia é notória. O Velhote já escreveu aqui sobre o quanto é
absurda a existência de uma “polícia militarizada”, coisa que, no Brasil,
generalizou-se na ditadura. Na democracia, “polícia militar” é uma excrescência.
A violência e os surtos de quebra-quebras durante as manifestações tiveram
origem quase sempre na polícia: ela era sempre a primeira a atirar, a disparar
bombas de “efeito moral” (como dizem os comentaristas da Rede Globo e da GloboNews)
e “sprays” de pimenta. O Velhote é testemunha disso, pois eram assim que agiam
os policiais militares durante as passeatas na época da ditadura. (Sobre a “militarização
da polícia”, ver Jornal do Velhote do Penedo nº 4).
Breves Notas
1
– A pergunta que não devemos esquecer: onde está o Amarildo?
2
– O que sabe (e não diz) Manoel Dias, ministro do Trabalho, ao desafiar a
presidente Dilma nos seguintes termos: “Se me mandar embora, tomo providências”.
3
– A roubalheira campeia no Brasil!
Música, eterna música
Vejam e escutem Emílio Santiago e Nana Caymmi cantando Olhos Negros
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