Do Blog do meu amigo Edilson Martins: meus comentários
Até hoje uma novela das 9hs, de a Globo, não patinava tanto na Tv
brasileira. As completar um mês de estreia, Babilônia patina com 25,3 na Grande
SP, e vem perdendo público em todas as faixas etárias e econômicas.
O SBT cresceu no mesmo período 65% com a reprise da xaropada de
Carrossel, e a Record subiu 57% com o telejornal exibido logo após os Dez
Mandamentos.
Beijos homoafetivos, mulher dando mais que chuchu em cerca, e prostituta
dos sonhos, não bateram bem no horário.
A emissora está correndo atrás.
Essa rejeição, e a natureza dos folhetins que
estão deixando Babilônia aspirar poeira, dão bem a medida do conservadorismo,
diga-se caretice, do telespectador, diga-se, do povo brasileiro.
*****
Concordo com os comentários do Edilson
relativos à novela "Babilônia" e a caretice do povo brasileiro.
Agora, há algo mais a dizer. Não assisto
TV, muito menos a TV aberta. Da TV (fechada) só vejo filmes, futebol e History,
e assim mesmo nem todos os filmes, nem todos
os jogos, nem todos os programas da History. Mas pelo que sei a qualidade dos
programas da Globo está caindo dramaticamente, talvez buscando competir com o
SBT e a Record e retirar do seu currículo o estigma de “elitista”.
Há, portanto, um nivelamento por baixo das
TVs brasileiras, o que é um sintoma do que se passa, infelizmente, na vida
cultural brasileira, que perde escritores, poetas, atores, atrizes, cantores e
cantoras, ensaístas, pintores, músicos - e tais perdas não estão sendo
repostas. O que está predominando é o vazio, o vácuo. Veja o teatro brasileiro:
os grandes teatrólogos modernos se foram (Nelson Rodrigues, Jorge Andrade, Maria Clara Machado,
Suassuna, Oduvaldo Vianna Filho, Guarnieri, muitos outros) – e quem surgiu para
preencher tais lacunas?
Com 200 milhões de habitantes, o Brasil
tinha que ter centenas de grandes escritores e poetas, mas os bons de hoje são
contados no dedo. E muitos deles padecem da síndrome de Saramago: pensam que
são Saramago, mas não têm a genialidade do escritor português. Produzem meros
pastiches – e pensam que são gênios.
Uma pena, mas o que ocorre no campo
cultural reflete o que se passa globalmente no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário