quinta-feira, 16 de abril de 2015

Crise cultural brasileira





Do Blog do meu amigo Edilson Martins: meus comentários

Até hoje uma novela das 9hs, de a Globo, não patinava tanto na Tv brasileira. As completar um mês de estreia, Babilônia patina com 25,3 na Grande SP, e vem perdendo público em todas as faixas etárias e econômicas.

O SBT cresceu no mesmo período 65% com a reprise da xaropada de Carrossel, e a Record subiu 57% com o telejornal exibido logo após os Dez Mandamentos.

Beijos homoafetivos, mulher dando mais que chuchu em cerca, e prostituta dos sonhos,  não bateram bem no horário.

A emissora está correndo atrás.

Essa rejeição, e a natureza dos folhetins que estão deixando Babilônia aspirar poeira, dão bem a medida do conservadorismo, diga-se caretice, do telespectador, diga-se, do povo brasileiro.

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Concordo com os comentários do Edilson relativos à novela "Babilônia" e a caretice do povo brasileiro.

Agora, há algo mais a dizer. Não assisto TV, muito menos a TV aberta. Da TV (fechada) só vejo filmes, futebol e History, e assim mesmo nem todos os filmes, nem todos os jogos, nem todos os programas da History. Mas pelo que sei a qualidade dos programas da Globo está caindo dramaticamente, talvez buscando competir com o SBT e a Record e retirar do seu currículo o estigma de “elitista”.

Há, portanto, um nivelamento por baixo das TVs brasileiras, o que é um sintoma do que se passa, infelizmente, na vida cultural brasileira, que perde escritores, poetas, atores, atrizes, cantores e cantoras, ensaístas, pintores, músicos - e tais perdas não estão sendo repostas. O que está predominando é o vazio, o vácuo. Veja o teatro brasileiro: os grandes teatrólogos modernos se foram (Nelson Rodrigues, Jorge Andrade, Maria Clara Machado, Suassuna, Oduvaldo Vianna Filho, Guarnieri, muitos outros) – e quem surgiu para preencher tais lacunas?

Com 200 milhões de habitantes, o Brasil tinha que ter centenas de grandes escritores e poetas, mas os bons de hoje são contados no dedo. E muitos deles padecem da síndrome de Saramago: pensam que são Saramago, mas não têm a genialidade do escritor português. Produzem meros pastiches – e pensam que são gênios.

Uma pena, mas o que ocorre no campo cultural reflete o que se passa globalmente no Brasil.

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