Creio
não ser necessário acrescentar qualquer comentário aos dados abaixo. A verdade
que a crise brasileira – crise política, crise econômica, crise de autoridade,
crise ética, tudo misturado – avança inexoravelmente. Não se sabe, hoje, como
tudo isto será superado. Os dados mostram que metade dos eleitores da Dilma,
hoje desaprovam o seu governo, que consideram ruim ou péssimo.
Dia
12 de abril haverá outra manifestação contra Dilma e contra o governo. Vamos
aguardar.
– Consideram o governo ruim ou péssimo: 64% ante 27% em dezembro de 2014;
– Desaprovam o governo: 78% ante 41% em dezembro de 2014;
– Não confiam no governo: 74% ante 44% em dezembro de 2014;
– Perspectivas em relação ao restante do governo: 55% esperam que o restante do governo será ruim ou péssimo.
É importante destacar como faz a pesquisa que a desaprovação do governo vem de eleitores de Aécio e de Dilma. Assim, não é o “nós” contra “eles”, mas uma onda de decepção dos próprios eleitores da Presidente Dilma que acreditaram no discurso da campanha que não seria preciso ajuste fiscal algum e que o governo poderia até mesmo aumentar a despesa com várias políticas públicas.
O que preocupa? Primeiro, o ajuste macro está apenas começando e, assim, a frustração da população com a redução do crescimento de despesas com áreas como saúde e educação está apenas começando. Segundo, a retomada do crescimento será muito mais lenta do que em 1999 e 2003, quando não havia problemas com a agenda micro (conteúdo nacional, marco regulatório, Petrobras, etc). Terceiro, ajuste fiscal neste e no próximo ano é 3% do PIB – R$ 160 bilhões- combinação de corte de despesas e aumento de carga tributária. Quarto, desorganização da base política do governo.
Assim, o ajuste começa com a popularidade da presidente em um nível muito baixo e com 74% da população que não confia na presidente, e ainda com um agenda negativa (petrolão, queda dos índices de confiança, aumento da inflação, etc) que permanecerá nos noticiários e influenciará mais ainda a popularidade do governo.
A minha única dúvida é se nas pesquisas de abril, os 12% qua e ainda acham o governo ótimo/bom serão reduzidos para menos de 10%. Tudo isso não é motivo de alegria, pois a baixa popularidade da presidente e a desorganização da base política coloca em risco o ajuste organizado.
Anúncio oficial da pesquisa :
Pesquisa
CNI-IBOPE ::: Avaliação do Governo
O objetivo da Pesquisa CNI-IBOPE Avaliação do Governo é conhecer a avaliação da população brasileira com relação ao presidente da república e seu governo. Os resultados captam tanto a popularidade do presidente como a aprovação do governo nas suas diversas áreas de atuação. A pesquisa é contratada ao Ibope Inteligência e realizada trimestralmente, tendo sido iniciada em 1996.
Aprovação da presidente Dilma cai 33 pontos percentuais
A presidente Dilma
Rousseff inicia seu segundo mandato com o pior índice de popularidade de seu
governo. Entre dezembro de 2014 e março de 2015, o percentual de aprovação de
sua maneira de governar caiu de 52% para 19%. O percentual da população que
considera o governo ótimo ou bom diminuiu de 40% para 12%. Dentre os entrevistados,
78% desaprovam sua maneira de governar e 74% não confiam na presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário