DESFAÇATEZ
De forma a compensar os seguidos tombos nas
propostas do tal “ajuste fiscal”, “tia” Dilma e o banqueiro Levy decidiram
aumentar impostos, bloquear 70 bilhões de reais no Orçamento da União (dos
quais 9 bilhões da Educação – e elevou de 15% para 20% a alíquota de CSLL
(Contribuição Sobre o Lucro Líquido) para instituições financeiras, de forma a
mostrar que suas medidas também atingem o “andar de cima”. Trata-se de mais uma
chicana, que deve ser explicado de modo a ficar claro que o Velhote não está apenas
jogando palavras ao vento.
Como foi dito ontem, o Brasil vive de
mentiras, embustes e trambiques. O cotidiano brasileiro, em todas as esferas,
prova isso.
Em 1962, portanto, há 53 anos, a editora
Civilização Brasileira lançou um pequeno livro da autoria de Álvaro Vieira
Pinto, chamado “Por que os ricos não fazem greve?” Era o quarto volume da série
“Cadernos do povo brasileiro”. A Civilização Brasileira, como se sabe, bateu-se
contra a ditadura – e logo, por efeito da censura, do terrorismo e do bloqueio
financeiro, foi obrigada a fechar. Os livros que publicara foram devidamente pulverizados.
Álvaro Vieira Pinto foi um dos homens mais
notáveis que o Velhote conheceu na vida. Foi o único filósofo que nós, brasileiros,
produzimos – esta era a opinião de Darcy Ribeiro. Escrevi, há alguns anos, um
pequeno artigo sobre ele para o jornal O Globo. Este artigo, expandido, foi
transcrito no meu blog. É a matéria mais visitada e lida entre as tantas que publiquei
no blog.
Pois bem, em “Por que os ricos não fazem
greve?” Álvaro Vieira Pinto demonstra que os ricos não fazem greve “por duas
razões: primeiro, porque não podem fazê-la, porquanto sociologicamente não
trabalham, já que o seu ofício, mesmo exigente e severo, significa o serviço
exigido para a conservação, defesa e alargamento do capital que possuem”. Em
resumo: o trabalho/serviço do patrão/capitalista não produz, em si, riqueza,
mas garante a defesa e a reprodução dos seus ganhos. Quem produz riqueza é o
trabalhador, cabendo ao patrão administrar essa produção da riqueza – e lucrar
com ela.
Mas, para efeito dessa nota, o que nos
interessa é a segunda razão: “os ricos não fazem greve porque não precisam fazê-la,
pois acreditam que os trabalhadores a fazem por eles”. Esta é a questão
essencial. O Velhote vai explicar, em linguagem simples, o argumento de Álvaro
Vieira Pinto.
A verdade é que a greve dos trabalhadores
é, até certo ponto, algo indiferente para os patrões “porque o prejuízo que ela
(a greve) eventualmente causar (ao capitalista) será logo compensado com o
aumento geral dos preços e, sobretudo, com o incremento da pressão política que
o patronato exerce sobre as cúpulas governamentais”. No fundo, os
patrões/capitalistas não desejam a greve, mas se ela acontecer os
patrões/capitalistas encontrarão sempre um meio de compensar os eventuais prejuízos
que tiveram.
*****
Por que, afinal, o Velhote do Penedo
escreveu tudo isso?
O Velhote quer alertar aos seus amigos do
embuste preparado pela dupla Dilma/Levy, ao informar que irão elevar a alíquota
dos tributos dos bancos.
O Velhote vai dizer o que acontecerá:
1 – Dilma/Levy aumentam a alíquota;
2 – o PT e o governo dirão que, com a
medida, o “andar de cima” também está pagando a conta do ajuste fiscal;
3 – Os bancos – docemente constrangidos - reclamarão,
mas pagarão a alíquota aumentada;
4 – Imediatamente, os bancos elevarão os
juros e os custos dos seus serviços (fornecimento de extratos, débitos em
conta, etc.), transferindo-os para a população o custo do aumento do imposto cobrado
pela dupla Dilma/Levy.
Perceberam o embuste? Depois digam ao
Velhote se ele está ou não certo.
A Lu,minha mulher, para receber uma modesta pensão deixada por seu pai abriu uma conta no Itau com 100 reais. A conta tinha que ser individual. Isso ocorreu ha2 meses, a pensão ainda não saiu mas o itau já cobrou, a título de manutenção 80 reais. 40 por mês, reclamamos e baixou para C$ 10,50 sem estorno do já cobrado.
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