sábado, 13 de junho de 2015

Mentiras e embustes dos nossos governantes


Pátria Educadora é uma piada!

Quando Renato Janine Ribeiro foi nomeado ministro da Educação, o Velhote do Penedo escreveu o seguinte:

“Se Renato Janine Ribeiro investir nas mudanças desejáveis na educação brasileira, se enfrentar os grupos políticos e econômicos que borboleteiam o MEC, se lutar por recursos, se exigir melhoria do ensino, se exigir responsabilidade de professores e alunos, penso que ele não ficará no cargo por mais de seis meses. Se ficar no cargo, ou seja, se ultrapassar os seis meses, lamento dizer que ele, enfim, curvou-se ao peso de um governo incompetente e aos interesses que dominam o MEC”.

Pois bem, não foram precisos seis meses para sentirmos que Renato Janine Ribeiro está se transformando em mais um medíocre ministro da Educação. Vi algumas entrevistas dele, inclusive no Roda Vida e ao Mário Sérgio Conti, e posso afiançar: é um excelente professor, didático, claro, mas não tem perfil para um cargo executivo – como o de ministro da Educação – mormente num país que assumiu o lema Brasil, pátria educadora.

Não é possível, por exemplo, que ele não lute por recursos, mas se limite a explicar ao distinto público (nós!) os cortes de recursos patrocinados pela dupla dinâmica Dilma & Levy. As universidades estão quebradas e caindo aos pedaços. A maioria não dispõe de material de reposição, como lâmpadas. Muitas estão em greve. Bibliotecas estão desatualizadas. E o ministro a fazer discursos belíssimos, cheios de sabedoria, mas, na prática, inócuos.

Alguém dirá: a conjuntura não o auxilia. Então, jogue a toalha e diga ao distinto público (nós!) que essa história de pátria educadora é conversa para boi dormir.

Anexo a esses comentários, um artigo de Otávio Costa sobre a situação das Universidades:

UNIVERSIDADES À MINGUA


Enquanto os ministros Mangabeira Unger e Renato Janine Ribeiro discutem em jantar o futuro da Educação em nosso país, as universidades federais continuam mergulhadas em enorme incerteza, vítimas que são do fenômeno de precarização do ensino público. No Estado do Rio de Janeiro, a situação é crítica. Na Uerj, ao lado do Maracanã, os estudantes suspenderam as aulas na tarde de quinta-feira para debater o impasse provocado pela decadência estrutural e pelo atraso no pagamento das empresas prestadores de serviços. Na UFF, de Niterói, professores, alunos e funcionários decidiram, em assembleia geral na terça-feira, manter a paralisação iniciada há quinze dias. Os grevistas ressaltam que, mesmo que a greve unificada não tivesse sido deflagrada, "a UFF estaria parada". Mas "parada por falta de verbas".
Desde o ano passado, as universidades sofrem com a liberação de verbas a conta gotas. Mas, de janeiro para cá, o quadro agravou-se. E muito. Os relatos que chegam a nós, jornalistas, são desoladores. E causa espanto o silêncio das autoridades. Mangabeira Unger, mentor do projeto da "Pátria Educadora", e o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, orgulham-se de manter ligações com as universidades em que estudaram nos Estados Unidos. O primeiro é professor de Harvard e o segundo marca presença nos encontros de ex-alunos de Chicago. São universidades privadas, mas é inexplicável, para quem se beneficiou dos padrões de excelência norte-americanos, ficar de braços cruzados diante das condições de higiene e de segurança a que são submetidos professores e alunos no Brasil.
Certamente, os ministros dedicam-se a assuntos que consideram mais prementes. Mas não custa nada mantê-los informados. Leia-se, por exemplo, um trecho da carta da direção da
Escola de Engenharia da UFF à comunidade acadêmica:

• Nosso estoque de papel para provas e xerox está no final;
• Nosso estoque de lâmpadas para suprir os projetores de datashow se esgotou;
• Nosso material de limpeza, incluindo papel sanitário, também chegou ao fim, pois, com a dificuldade que tem tido para receber suas faturas, a firma terceirizada de limpeza reduziu gradativamente o fornecimento de material;
• Com a drástica redução de nossos recursos de receita própria, não estamos tendo como prosseguir com a manutenção nos aparelhos de ar condicionado, pois a empresa que executa os referidos serviços está sem receber;
• Estamos sem recursos para confeccionar carimbos, chaves para portas das salas de aula e laboratórios, para aquisição de material para reposição de lâmpadas, material de iluminação, material hidro-sanitário, material de pintura, material de carpintaria, equipamentos de multimídia etc.;
• Equipamentos como elevadores e máquinas de reprografia (Xerox) estão funcionando precariamente, porque as firmas respectivas também estão sem pagamento;
• Também as firmas terceirizadas responsáveis pela vigilância, portaria, recepção e serviços administrativos estão com atraso em seus recebimentos.
Eis a conclusão:

"Diante desse grave quadro, todos podemos constatar que está muito difícil manter a Unidade funcionando em condições mínimas que sejam".
Ressalte-se que este diagnóstico vale para todas as demais faculdades da UFF, que recebeu apenas R$ 42 milhões do orçamento anual de custeio de R$ 144 milhões. Os reitores federais têm feito gestões em Brasília. Enquanto isso, as greves continuam.

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