Canalhices
Estava
o Velhote do Penedo podando seus ralos e grisalhos cabelos quando o Ananias,
meu fiel e cordial barbeiro, ligou a TV – e quem estava falando era o ministro
Levy, aquele ministro indicado pelo presidente do Bradesco ao Lula, que o impôs
à Dilma. Levy, naquele estilo monocórdio de sempre, explicava o pacote
econômico que ele tramara com outros ministros, tendo como coadjuvante “tia”
Dilma, que não entende nada de economia, mas diz (e pensa) que entende.
Não
ouvi toda a parolagem de Levy, mas, me parece, que o ponto alto do “pacote” é a
recriação da CPMF, que Lula, na oposição, chamou de “esbulho”, de “roubo” e de
“usurpação dos direitos do trabalhador”. No Congresso, a bancada do PT votou em
bloco contra a CPMF, vociferando contra o “roubo” patrocinado pelo governo FHC.
Bem
verdade que Lula, em 2007, mudou de idéia – e quando o Congresso resolveu
acabar com a CPMF, ele afirmou que seria impossível administrar o Brasil sem o
“esbulho”, ou seja, sem a CPMF. Lula, certa vez, disse, para gáudio de petistas
e afins, que era “uma metamorfose ambulante”, embora não saiba exatamente o que
seja metamorfose e suponha que ambulante, no caso, é camelô. Lula, na verdade,
é um trapaceiro.
Quando
a CPMF foi abatida no Congresso, no segundo governo Lula, quem liderou a
batalha foi a senadora Kátia Abreu, lídima representante do agronegócio e
inimiga ferrenha do PT, do Lula e dos petistas em geral. Hoje, Kátia Abreu é
ministra da Dilma – e Dilma é madrinha de casamento da Kátia. O que pensará
Kátia da ressurreição da CPMF, que ela ajudou a sepultar?
A
canalhice é tanta que a justificativa para a medida do Levy foi o custo
previdenciária, ou seja, das aposentadorias e pensões. As elites odeiam as
crianças, que custam dinheiro (educação, saúde e outros gastos), e os idosos
(aposentadorias, saúde, etc.). O ideal para essa gente é que fosse criada uma
“solução final” para os idosos, essa cambada de gente inútil, que já deu o que
tinha que dar e, agora, vive sob as asas do governo. É muita canalhice, pois a
sociedade é informada que o CPFM existe por causa dos aposentados – eu vi o
Levy dizer isto. O que ele quis dizer foi o seguinte: senhores, crio a CPMF por
causa dos inúteis, ou seja, os aposentados.
Vi,
outro dia, um documentário que mostrava hordas nazistas espancando, em plena
via pública, judeus e outros grupos indesejáveis. Por que a Dilma não promove
algo semelhante no Brasil? Afinal, basta mobilizar o exército do Stédile (apud
Lula).
Os
petistas aposentados, por exemplo, tenho certeza que aceitarão em holocausto o
linchamento ideológico deles próprios – afinal, tudo para salvar o PT, Dilma e
Lula do fracasso em que eles transformaram o Brasil.
O
Velhote encerra por aqui, dizendo que tudo é falso na CPFM, a começar pela
trapaça do nome: “contribuição provisória”. E tão provisória que no pacote do
Levy, não se estabelece prazo de sua vigência. Perguntado por uma jornalista,
Levy titubeou e disse “nós acreditamos que o prazo seria de uns quatro, cinco
anos”. Uma resposta digna de um trapaceiro pego com a boca na botija.
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