E para
encerrar o ano...
Recebi
no feice fotos do chamado “rolezinho” do Chico Buarque.
Numa
delas, uma senhora encorpada, cabelos desgrenhados, vestia uma camisa estampada
com foto do compositor. Ela parecia feliz. No íntimo talvez pensasse que estava
fazendo política. Deus ama os inocentes, amém.
Todos
sabem o que penso do Chico: depois que ele defendeu a censura e a queima do livro
de Paulo César de Araújo sobre Roberto Carlos, nunca mais me interessei por sua
música (excelente!) e livros (ruins!). Calma, tenho vários discos e CDs do
Chico – e todos os seus livros, que li e anotei. Apesar de tudo, não fui
inquisitorial. E mais: eu, pessoalmente, jamais iria ofender ou hostilizar um
adversário político, do Chico ao Bolsonaro, como também jamais apertaria a mão
deles. Se a presença deles me incomodasse, quem sairia do restaurante ou
livraria seria eu. Em silêncio e educadamente.
Segundo
dizia o feice, estavam presentes no bródio 15 mil pessoas, o que me leva a
pensar que a homenagem ao Chico ocorreu, no mínimo, no Maracanã. Não, explicava
o feice, a festança foi num bar do Leblon. Não frequento o Leblon, mas acredito
que nenhum boteco do bairro consiga receber e atender 15 mil pessoas.
Em
termos políticos, Chico já foi tudo. Em 1982, quando Brizola disputava o
governo do Rio, Chico apoiou o Miro Teixeira, na época menino do Chagas
Freitas, um misto de Antonio Carlos Magalhães, Renan Calheiros e Jader Barbalho.
E olha que o PT tinha candidato, o Lysâneas Maciel, um sujeito decente, mas ideologicamente
destrambelhado.
Depois,
em 1985, Chico apoiou Fernando Henrique Cardoso, fazendo, inclusive, uma adaptação
da música “Vai passar”. O PT tinha candidato: Eduardo Matarazzo Suplicy.
Agora,
Chico é petista, lulista e dilmista. Não esquentem meus amigos e inimigos. Em
2018, ele deixará de ser petista para apoiar outra legenda e outro candidato. E
fará isto não só por interesse, mas, sobretudo, porque sua cabeça política é
oca.
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