Deram
no pé!
Lula e
D. Marisa, por força de uma liminar meio marota, não compareceram à Promotoria
de São Paulo para depor em processo que investiga o tríplex do Guarujá.
Tal
fato evidencia que Lula teme fazer um depoimento sobre o assunto. Se o
ex-presidente obteve uma vitória (jurídica) momentânea com a suspensão do
depoimento, sofreu, por outro lado, séria derrota política, inclusive porque amplificou
as suspeitas (ou certezas) de que há um tremendo caroço naquele angu.É claro que Lula sabia que a sua ausência ia pegar muito mal, mas, pensando bem, o que ele podia fazer?
Não é
exagero supor que Lula sabia que os indícios contra ele eram tão contundentes, que
as perguntas que lhe seriam feitas seriam apimentadas. Sem saída, aceitou a iniciativa
do deputado Paulo Teixeira que encaminhou ao Conselho Nacional do Ministério Público
o pedido de suspensão do depoimento, obtendo liminar. Melhor o desgaste
político que o enfrentamento de um interrogatório.
O
episódio do tríplex (e do sítio) deixa claro uma sucessão de erros e de escamoteações,
a começar pelas relações espúrias de Lula com as grandes empreiteiras, cujos
diretores estão entregando tudo. Lealdade – Lula sabe disso - tem limites.
Hoje,
uma quarta-feira, um bando de “trabalhadores” postou-se diante da Promotoria, a
fim de prestigiar o grande líder. Fizeram arruaça, mas isto não é o mais
importante: o que faziam “trabalhadores”, em hora de expediente, na manifestação?
Havia, inclusive, um carro de som.
Desconfio
que não eram trabalhadores – e, sim, lumpemproletários, talvez desempregados,
mas profissionais de manifestações, cuja remuneração, per capita, é 150 ou 200
pratas e uma quentinha.
A
pergunta final é inevitável: quem pagou o pagode?
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