A história, às vezes, desnuda a
canalhice dos dias atuais.
Aqui, em Brasília, é voz corrente que
as parcas finanças públicas estão sendo torradas na mais descarada prática do
“toma lá, dá cá”. Corre, por exemplo, que um voto contra o impeachment anda
valendo um milhão de reais; ausência no dia da votação, contudo, vale entre 400
e 500 mil. Afora isso, negociam-se e transacionam-se cargos, valendo o que for
preciso, menos a qualidade ou mérito dos futuros ocupantes dos escaninhos do
poder. Dilma, com a cumplicidade de aliados e reboques, está loteando e
vilipendiando o Estado brasileiro. É aquela história: “Depois de mim, o dilúvio”.
Mas, como o Velhote disse acima, a
história às vezes nos mostra exemplos de dignidade, que raramente são seguidos –
seja por desconhecimento, seja por ausência completa de escrúpulos.
É possível que os amigos do facebook
jamais tenham ouvido falar em Carlos de Laet (1847-1927) e em Francisco Inácio
de Carvalho Moreira (1815-1906). Ambos tinham várias coisas em comum: eram
conservadores e monarquistas. Mas eram também políticos e intelectuais
brilhantes. E duas pessoas de caráter, íntegros, raras.
Quando a República foi proclamada,
Laet e Moreira afastaram-se dos cargos que ocupavam e recolheram-se às suas
residências, dedicando-se a tarefas intelectuais e ao silêncio. Afastaram-se da
política, apesar dos inúmeros convites que tiveram dos seguidos governos
republicanos. Agiram em desacordo com Joaquim Nabuco, que, mesmo sendo um
monarquista, deixou-se encantar por cargos que lhe foram oferecidos pelos
republicanos.
Laet e Moreira morreram esquecidos,
embora tenham se destacado nas atividades que se envolveram. Um dia, falo sobre
eles aqui neste espaço.
Tenho certeza que o mercado de cargos
patrocinado, nos dias atuais, por Dilma e asseclas provocaria náuseas em Laet e
Moreira, como causa nojo à maioria dos brasileiros de hoje.
Um motivo especial de orgulho:
Francisco Inácio de Carvalho Moreira era natural de Penedo, Alagoas, terrinha
sagrada do Velhote. Era o Barão de Penedo. Seria hoje chamado de “coxinha”, de
direita (por ser conservador) e elitista (por ser monarquista). A imbecilidade
tornou-se um patrimônio no feudo petista.
Em tempo:
Considero curioso o clamor de uma
associação de feministas e de algumas militantes do PT e do governo contra a
capa da ISTOÉ, que mostra Dilma em meio a uma explosão de ira. Interessante.
Quando o secretário Pedro Paulo espancou a mulher, quebrando-lhe dois dentes,
as feministas que hoje reclamam da capa de uma revista ficaram na moita. Afinal,
Pedro Paulo (e seu mentor, o prefeito Eduardo Paes) é um aliado. E a aliados tudo
é permitido: bater em mulher, roubar dinheiro público, entre outras tantas nobres
façanhas.
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