segunda-feira, 4 de abril de 2016

Quem dá mais? Quem dá mais?


A história, às vezes, desnuda a canalhice dos dias atuais.

 

Aqui, em Brasília, é voz corrente que as parcas finanças públicas estão sendo torradas na mais descarada prática do “toma lá, dá cá”. Corre, por exemplo, que um voto contra o impeachment anda valendo um milhão de reais; ausência no dia da votação, contudo, vale entre 400 e 500 mil. Afora isso, negociam-se e transacionam-se cargos, valendo o que for preciso, menos a qualidade ou mérito dos futuros ocupantes dos escaninhos do poder. Dilma, com a cumplicidade de aliados e reboques, está loteando e vilipendiando o Estado brasileiro. É aquela história: “Depois de mim, o dilúvio”.

Mas, como o Velhote disse acima, a história às vezes nos mostra exemplos de dignidade, que raramente são seguidos – seja por desconhecimento, seja por ausência completa de escrúpulos.

É possível que os amigos do facebook jamais tenham ouvido falar em Carlos de Laet (1847-1927) e em Francisco Inácio de Carvalho Moreira (1815-1906). Ambos tinham várias coisas em comum: eram conservadores e monarquistas. Mas eram também políticos e intelectuais brilhantes. E duas pessoas de caráter, íntegros, raras.

Quando a República foi proclamada, Laet e Moreira afastaram-se dos cargos que ocupavam e recolheram-se às suas residências, dedicando-se a tarefas intelectuais e ao silêncio. Afastaram-se da política, apesar dos inúmeros convites que tiveram dos seguidos governos republicanos. Agiram em desacordo com Joaquim Nabuco, que, mesmo sendo um monarquista, deixou-se encantar por cargos que lhe foram oferecidos pelos republicanos.

Laet e Moreira morreram esquecidos, embora tenham se destacado nas atividades que se envolveram. Um dia, falo sobre eles aqui neste espaço.

Tenho certeza que o mercado de cargos patrocinado, nos dias atuais, por Dilma e asseclas provocaria náuseas em Laet e Moreira, como causa nojo à maioria dos brasileiros de hoje.

Um motivo especial de orgulho: Francisco Inácio de Carvalho Moreira era natural de Penedo, Alagoas, terrinha sagrada do Velhote. Era o Barão de Penedo. Seria hoje chamado de “coxinha”, de direita (por ser conservador) e elitista (por ser monarquista). A imbecilidade tornou-se um patrimônio no feudo petista.

Em tempo:

Considero curioso o clamor de uma associação de feministas e de algumas militantes do PT e do governo contra a capa da ISTOÉ, que mostra Dilma em meio a uma explosão de ira. Interessante. Quando o secretário Pedro Paulo espancou a mulher, quebrando-lhe dois dentes, as feministas que hoje reclamam da capa de uma revista ficaram na moita. Afinal, Pedro Paulo (e seu mentor, o prefeito Eduardo Paes) é um aliado. E a aliados tudo é permitido: bater em mulher, roubar dinheiro público, entre outras tantas nobres façanhas.

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