Baratas e camundongos
Muitos vão me odiar, mas o
brasileiro é muito indulgente consigo mesmo.
Penso nisto quando vejo
atletas, artistas e jornalistas se apresentarem como intelectuais quando são
apenas sujeitos que fazem esporte, trabalham em teatro, TV, cinema e jornais.
São trabalhadores como quaisquer outros. Não merecem mais ou menos direitos e
deveres que merecem os demais cidadãos.
A chamada classe artística –
e não só ela - é viciada em Estado. A frase não é minha, mas de uma pessoa
insuspeita: Fernanda Montenegro.
Vejam o que ocorre, hoje, no
Brasil. O governo Temer está destampando a caixa preta dos governos petistas,
que foram – todos sabem disso, menos os idiotizados – governos que, além da
corrupção endêmica, somavam políticas de direita e populismo barato e tosco.
Distribuíam facilidades aos ricos (industriais e banqueiros) e migalhas aos
pobres (bolsa família, Minha Casa Minha Vida). Não foi o próprio Lula que disse
que “os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro como no meu governo”? E repito
o que já escrevi aqui: as casinhas do Minha Casa Minha Vida são uma porcaria,
muitas já apresentam rachaduras e infiltrações – e não possuem rede de esgoto. Mas
servem de vitrina a um governo que se dizia “popular”.
Mas não quero discutir estes
assuntos hoje. O que desejo, apenas, é fazer uma constatação.
O deputado Eduardo Cunha,
por decisão do STF, foi afastado da presidência da Câmara e do seu mandato de
parlamentar. Continua morando na Residência Oficial e tem direito a todas as
mordomias do cargo do qual foi apeado.
A presidente Dilma sofreu
impeachment preventivo, foi afastada da presidência da República. Continua
morando no Palácio da Alvorada e, como Cunha, tem direito a inúmeras mordomias
do qual foi afastada.
A turma do PT e do PCdoB não
disse uma só palavra a respeito da manutenção das vantagens do deputado Cunha.
Não disse por que se dissesse estaria também falando da Dilma. A isto o Velhote
do Penedo chama de falta de princípios. E de escrúpulos.
Vi na TV o pessoal do PT e
do PCdoB defendendo a permanência de Waldir Maranhão na presidência da Câmara.
Maranhão, uma figura bizarra e caricata, é aliado de Cunha, o que significa que
o presidente afastado, com a aquiescência do PT e do PCdoB, continua influindo
nos trabalhos da Câmara.
A política brasileira sempre
teve, e ainda tem grandes homens. Mas, no meio deles há muitas baratas e
camundongos. E jararacas.
Eu chamaria de ratazanas. Perfeita sua análise.
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