As lições políticas
Volto ao assunto, tal a sua
importância.
Petistas e assemelhados
ficaram assanhados com o episódio Jucá – e voltaram à cantilena do golpe, que
não houve. É interessante ver gente também investigada pelo Lava-Jato, que
antes faziam insinuações malévolas à operação, apresentar-se agora como
defensores da luta contra a corrupção. Gente, inclusive, que, como Jucá, estão
sendo investigados – e estão sentados no Senado ou fazendo deliciosas viagens à
custa dos contribuintes.
Muitos petistas já estão
presos, condenados, gente de peso e história no falecido PT, como é o caso do
José Dirceu, Vaccari, Delúbio, Silvinho Pereira, entre outros. Aliás, petistas
ilustres, como o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, estão sendo
investigados hoje não só pela Lava-Jato como pelas operações Zelotes e Acrônimo.
Não defendo o Jucá, mas o coloco no mesmo nível que a Gleisi Hoffman,
Lindenberg (cujos bens estão bloqueados), Fernando Pimentel, entre outros.
Todos, um dia, irão parar na cadeia.
O episódio Jucá teve dois
efeitos, além - é claro - do seu afastamento do ministério. O primeiro:
reforçou, indiretamente, a operação Lava-Jato, pois demonstrou que, apesar de
tudo, a opinião pública, a população, o povo, acredita e deseja que a caça aos
ladrões vá até o fim. O segundo: proporcionou ao governo Temer uma demonstração
de ação rápida diante de uma crise. Hoje, Temer fez um pronunciamento – e houve
entrevista coletiva dos seus principais ministros. Como escritor e homem de bom
gosto, foi ótimo ouvir dirigentes que respeitam e sabem o português e não dizem
loas à mandioca nem defendem a estocagem de vento.
Continuo dizendo que um dos
problemas centrais do Brasil, além dos buracos econômicos e da histeria
política do PT e assemelhados, é o contingente de 12 milhões de desempregados,
que afetam, por baixo, cerca de quarenta milhões de pessoas. Um problema –
diga-se - que não passa pelo nariz dos intelectuais e artistas, que amealham
grana preta do Ministério da Cultura, inclusive para produzir livros de
receitas de bolos e peças escatológicas, onde atores e atrizes fuçam o fiofó
uns dos outros. Os artistas e intelectuais brasileiros que defenderam a
remontagem do Ministério da Cultura são viciados em Estado – e poucos estão
preocupados realmente em fazer cultura, mas o de garantir o emprego do
burocrata que libera os recursos que eles torram a rodo.
Tenho comigo a Certidão de
Informações, em meu nome, que contém os resumos dos documentos existentes no acervo
do Serviço Nacional de Informações – SNI e nos demais conjuntos documentais do
Regime Militar, nos quais sou citado. Lá constam as perseguições de que fui
vítima, inclusive com dados das empresas que não puderam me contratar por
decisão do SNI. Vivi três anos assim, em busca de emprego – e eu tinha duas
filhas pequenas. Eu vivia de expedientes: traduzi livros de bolso vendidos em
bancas de jornal, servi de motorista, vendi alguns livros meus, comprei fiado.
O Velhote sabe perfeitamente o que é ser desempregado, especialmente em época
de crise.
Já disse: são 12 milhões de
desempregados no Brasil e, segundo a Folha de S. Paulo (13/04/2016), 60 milhões
(41% da população com mais de 18 anos) estão na lista de inadimplentes (dados
da Serasa Experian). O desemprego, resultado de uma política econômica
desastrada, é uma crueldade inominável.
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