Sou despertado
pela notícia de que o maridão da senadora Gleisi Hoffman, o ex-ministro Paulo
Bernardo, foi encanado, envolvido que está num propinoduto de mais de 100
milhões. Bem verdade que houve outras e importantes prisões, mas o ponta de
lança da operação, sem dúvida, foi o Paulo Bernardo.
Hoje, parece
claro que o projeto de poder do PT envolvia uma malha de canais, que, com certeza,
atingia todos os ministérios, seus principais programas e obras, e as estatais
de maior peso. Há quem diga que o esquema de propinas da Eletrobrás é tão ou
maior que o da Petrobrás. Não sei, mas não duvido. Como não duvido que as caixas-pretas
do BNDES e dos Fundos de Pensão, quando abertas, irão povoar o mundo político brasileiro
de fantasmas e zumbis com os bolsos cheios de reais, dólares e euros. Um horror
necessário.
O esquema
montado por Paulo Bernardo era singelo: o servidor público (aposentado ou não)
buscava socorro financeiro nos empréstimos consignados. Comprometia-se a pagar
o empréstimo, digamos, em cinco anos, ou seja, 60 meses. De cada mensalidade,
era transferido R$ 1,00 (um real) para a sacola do roubo, dos quais 30% (trinta
centavos) iam para a operadora e 70% (setenta centavos) eram distribuídos entre
os corruptos e o PT. A teia distribuía-se pelo serviço público, de norte a sul,
de leste a oeste. Este pingado (pingos de ouro!) atingiu valor superior a 100 milhões.
Reconheço: era um golpe de mestre, sutil, minucioso, constante, sem estardalhaço,
tinha tudo para ser considerado um crime perfeito, inimaginável pelos grandes
autores de policiais.
Bem. Preso,
tendo que fazer suas necessidades numa espécie de bueiro, Paulo Bernardo terá
muito tempo para refletir: “onde eu errei?” Explico: um sujeito como Paulo
Bernardo não se questionará jamais sobre o roubo que liderou – mas sobre o erro
que cometeu que possibilitou a polícia bater à sua porta.
Creio que,
aos trancos e barrancos, o Brasil está mudando. Suas vísceras estão expostas.
Um dia, faremos
o recaldo dessa fase: saberemos o que ganhamos e perdemos. Por enquanto, tenho,
hoje, o imenso prazer de, como diria Herivelto Martins, “assistir de camarote”
o fracasso de uns, a derrota de outros e a vitória de alguns. Muitos países já
viveram situações semelhantes ou piores. Temos como sair da desgraça que o PT
nos impôs.
Que bela cronica, abraços.
ResponderExcluir