sábado, 17 de setembro de 2016

Discurso de Lula foi um delírio


Lula, no seu memorável discurso da última semana, comparou-se a Jesus Cristo, Tiradentes, Getúlio, Jango e JK. Infelizmente, ele não se comparou ao seu – desculpem a palavra – símile na política brasileira: Jânio Quadros. Jânio, como Lula, era alcoólatra; Janio, como Lula, às vezes perdia as estribeiras: era quando os demônios interiores dominavam suas ações e palavras. O cronista Antônio Maria escreveu um dia que Jânio uivava em noites de lua cheia.

No seu discurso da semana, Lula valorizou os políticos corruptos e desqualificou os “concursados”. Claro, ao valorizar os políticos corruptos, Lula estava de olho em si próprio - e naquela gangue que o cercava. Ao desqualificar os concursados, Lula mostrava o seu desprezo pelas pessoas (jovens) que estudaram, gramaram, enfrentaram provas – e saíram vitoriosos. Brizola e Lula tinham algo em comum: vieram de famílias extremamente pobres. Brizola calçou sapato pela primeira vez aos 10 anos de idade. Mas Brizola, embora tenha sido engraxate, carregador de mala em rodoviário, ascensorista, jardineiro, estudou – e conseguiu formar-se. De olhos na sua experiência pessoal, Brizola investiu sua carreira política na valorização da educação. Lula, ao contrário, sempre achou o estudo, a leitura e a busca de conhecimento coisa de gente inútil e desocupada. Esta era a grande diferença entre Brizola e Lula.

Em seu discurso, Lula fez uma observação que devia envergonhar os ditos intelectuais e gente da cultura que o defendem. Disse ele que ninguém no Brasil criou tantas universidades e faculdades no país. Lula não sabe, por que é ignorante, que o que vale é a qualidade do ensino e não a existência de um prédio com a tabuleta de que ali era um estabelecimento de ensino. O que se esperar de uma Universidade Federal dos Cafundós do Judas, se lá não há professores qualificados, não tem biblioteca, laboratórios, auditórios - e os alunos, em geral, são oriundos de um ensino médio de péssima qualidade?

Levantamento recente, divulgado na última semana, mostrou que nenhuma universidade brasileira está na lista das cento e cinquenta melhores do mundo. Mostrou também que a Universidade de Brasília - grande sonho de Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira - caiu mais de cem pontos no ranking de 500 universidades no mundo. Valorizar universidades criadas segundo interesses eleitorais – e omitir a realidade das grandes universidades, totalmente decaídas, é próprio dos inconsequentes. Lula é um inconsequente.

O discurso de Lula orbitou em torno de uma mentira. Lula – secundado por seus capangas das redes sociais - afirmou que o procurador Deltan Dallagnol teria dito: “não temos prova, temos convicção”. O que o procurador disse foi o seguinte: “provas são pedaços da realidade, que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese”. Nos devaneios etílicos de Lula, a realidade tem que se ajustar ao que ele pensa ou supõe.

Enfim, Lula fez um discurso para os seus. Cérebros bloqueados por crenças que não se explicam, em geral absorvem tudo, inclusive mentiras e idiotices do “líder”. Uma pena. Os partidos que se autoproclamam de esquerda, conforme mostram as pesquisas, estão agonizantes – levarão uma tunda enorme nas eleições. Tirarão lições da previsível derrota acachapante?

Quando Lula disse que o PT é o maior partido de esquerda da América Latina, pensei: vai ser o partido de esquerda que maior surra eleitoral levou na América Latina. Isto, após ter ocupado a presidência da República.

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