O Rio de
Janeiro acreditou que os royalties do petróleo seriam eternos. Cabral Filho
enfiou o pé no acelerador dos gastos, entupiu o estado de gente (atendendo os
afilhados e correligionários), esbanjou, o roubo campeou – e o resultado aí
está. É preciso que haja uma lei que prenda o administrador inepto. Os sujeitos
que estão pouco ligando para a higidez financeira da instituição que lhe coube
administrar, deviam ir preso. Rico, Sérgio Cabral curte a vida, impune. Parece
que em 2018 vai se candidatar a senador. Periga – será eleito.
O pior é que
a lepra que consome o estado vai contaminar o município do Rio, que hoje acumula
uma dívida descomunal decorrente das Olimpíadas. Dívida que vai ser cobrada em
breve.
Estive no Rio
recentemente e andei pela cidade. Não fui à Praça Mauá, mas fui às praças da
República e Tiradentes e Largo de São Francisco. Visitei um amigo no Méier.
Andei por outros subúrbios. Ou seja: vi o verdadeiro Rio. O problema é que os
intelectuais do Rio vivem na zona sul, curtem a vida em Copacabana, Ipanema e
Leblon, onde sentam nas mesas de bares, bebem, comem e fazem proselitismo
político. Não sabem o que se passa no Rio real. Quando falo em intelectuais,
não estou me referindo a essa ou aquela tendência política: direita e esquerda
convivem no doce ambiente da zona sul do Rio. Esta gente não vai ao Rio real.
Nunca vi, no
Rio de Janeiro, uma manifestação, seja de direita ou de esquerda (no final as duas
se equivalem), em Ricardo de Albuquerque, em Olaria, em Honório Gurgel, em
Madureira, em Vaz Lobo. As manifestações são sempre em Copacabana ou em
Ipanema, na orla, onde os manifestantes podem gritar e, de vez em quando, dar
um mergulho, pois afinal todos são filhos de Deus. Tais manifestações são como
as arquibancadas das “arenas futebolísticas”: como diria o João Saldanha, a
gente não vê um só crioulo.
O Rio é
dominado por uma polícia corrupta, por narcotraficantes, por milícias, por
espertalhões e políticos que não valem o chão que pisam. Do povão tiraram
inclusive o velho Maracanã. Os “geraldinos” e os “arquibaldos” são espécies
extintas.
Cidade
Maravilhosa é um slogan, que faz justiça às linhas geográficas da cidade. O Rio
é realmente uma belíssima cidade – e quando eu vivi nela, principalmente nos
anos 1950 e metade dos anos 1960, uma delícia, uma cidade leve, amorosa.
Depois, bem, depois a coisa desandou.
Espero que
todos me entendam. Sou um sujeito sofrido, que perdeu todas as ilusões e
crenças políticas, que não acredita que a realidade nos permita mudá-la. Não
temos mais esse privilégio. Seguiremos sendo o que somos.
Sempre que o
Velhote do Penedo vai ao Rio fica chocado, deprimido e infeliz. Não pensem que
adoro Brasília – acho uma porcaria. Vivo aqui porque não vejo razão de me mudar
para o Rio. Se eu tiver que me mudar, vou para o Penedo. Lá, pelo menos, posso
curtir o que resta do Velho Chico.
Concordo inteiramente com o que fala sobre a (des)administração de Cabral. Mas o povo carioca tem fibra e um grande amor pela cidade. Dias melhores virão, com certeza!
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