Quatrocentos
cidadãos assinaram um manifesto (ou carta-aberta) pedindo a Lula que antecipe o
lançamento de sua candidatura à presidente da República, em 2018. Os signatários
se autoproclamaram “intelectuais”, embora, para citar um só exemplo, um deles
informou que era um “ocupante de escola”. Não importa. Escrevi o texto abaixo e
o postei na minha página do Facebook. Como julgo o tema relevante, trago ele
agora para o meu blog.
*****
Lamentável.
Triste. Pesaroso. Está certo que as pessoas façam suas escolhas, tenham
absoluta liberdade de externar suas opiniões, mesmo que, no fundo, não tenham
consciência disso. Não defendo, jamais defendi e nunca defenderei a censura,
muito menos a truculência. Estou sendo vítima da censura e experimentei no
lombo a truculência. Desprezo a censura e a truculência - venham da direita, do
centro ou da esquerda.
Chico
Buarque, por exemplo, no episódio do processo de Roberto Carlos contra o
escritor Paulo César de Araújo ficou do lado da censura, que foi exercida com
todos os requintes de brutalidade. Roberto Carlos, após exigir que os
exemplares de sua biografia fossem recolhidos, montou uma belíssima fogueira e
– bem, só faltou Caetano, Gil, Chico Buarque, Djavan e o outros, de mãos dadas, rodopiando em torno
das labaredas ao som alegre do “Apesar de você”. Triste que tenhamos chegado a
esse ponto.
Chico está
entre os 400 intelectuais que pediram a volta do Lula, um sujeito rejeitado
pela população (a julgar pelas últimas eleições) e réu em cinco processos
criminais. Li o manifesto ou carta aberta, não sei o nome que deram. 400
intelectuais - grande parte deles nada tendo a mostrar no campo do saber, do
conhecimento ou da arte. Li o manifesto (ou que nome tenha), constatei dois
erros de português, um deles grosseiro – e, aí, resolvi escrever a respeito.
Não vou ofender ninguém, nem deplorar a coragem de muitos que ali postaram suas
assinaturas, sem se dar conta (ou dando) que Lula é, na verdade, um
espertalhão, um carreirista, que joga para si, jamais para a esquerda, para a
direita ou para o centro. Tais categorias não existem para Lula. Ele não é nada
– e, nesse nada, fez carreira e fortuna.
Não creio que
Lula se candidatará. Tenho certeza que ele descobriu um novo papel para sua
trajetória oportunista: a de vítima que, com um pouco de sorte, poderá, na
calada, usufruir da fortuna que amealhou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário