Ainda
não li, mas vou ler a entrevista de Joesley Batista à Época. Quero dizer, de
início, que considero os irmãos Batista dois refinados canalhas, que estão se
aproveitando dos holofotes que Dr. Janot lançou sobre eles para faturar bilhões
e jogar lama no ventilador. Época pertence ao conglomerado Globo, que vem se
dedicando, nas últimas semanas, à missão de levar Temer à renúncia, mesmo que
isso venha a contribuir para o completo atolamento do Brasil.
A
política brasileira tornou-se, hoje, um caldo grosso de patifarias, vilanias,
mentiras, deduragem e delinquência. Um canalha diz uma coisa, mesmo que
absurda, e cabe ao acusado provar que o que foi dito a seu respeito não é
verdade. Joesley e Wesley Batista vão ao pináculo da canalhice cúmplice, pois
confessam crimes e são anistiados, reconhecem que corromperam e são tratados
como dignos patriotas, cospem no rosto da nação e são tratados como vítimas. Os
viventes e as gerações futuras estão diante de uma farsa estúpida, de um golpe
miserável, orquestrado por uma parte da mídia delinquente e irresponsável.
Não
votei no Temer, não votaria no Temer – e não sei se as reformas propostas por
Temer vão ou não salvar o Brasil ou se elas servem à sociedade brasileira. Já
disse aqui: o Velhote do Penedo defende reformas e o que está em jogo é
precisamente isto: há interesses claros contra as reformas e, mais ainda,
contra a Lavajato. Como ninguém vai assumir papel contrário às reformas e à
operação Lavajato, pelo menos de forma clara, tumultua-se a vida política brasileira
para ver que bicho vai dar.
Repito:
não defendo o Temer – e reconheço seus pecados e insuficiências. Contudo, como
leitor de livros policiais, acho no mínimo estranho que a cada semana surja um burburinho
envolvendo o presidente – e poucos se perguntem se isto é, no mínimo, estranho
ou suspeito. A cada semana, uma acusação. Semana retrasada, a gravação da
conversa entre Temer e Wesley; semana passada, a história da ABIN; agora, a
entrevista de Joesley. Em “Doze homens e uma sentença” (12 angry men), de Sidney
Lumet, o personagem Davis (vivido por Henry Fonda) desconfia dos argumentos da
promotoria, que acusava um rapaz de ter assassinado o próprio pai, e diz: “Tudo
certo, tudo muito certo e encaixado. Nada é tão certo assim”. O filme é uma
obra-prima. Quem não o viu, veja - ou não vai para o céu.
Não
vi uma prova concreta do que afirmam os irmãos trombadinhas – e quando ela
apareceu, veio na forma de uma gravação truncada, manipulada, inaudível. Eu soube apenas das falcatruas que permitiram
que eles pulassem, em tempo recorde, de pobretões (em Anápolis) a biliardários
(em Nova York).
Não
sei como gente honesta e inteligente, que o Velhote respeita, aceitou tão passivamente e de pronto
o que os Batista falaram. Mesmo que Temer fosse o bandido que os Batista descrevem – eu não
aceitaria, por princípio, uma delação do Fernandinho Beira Mar contra o Marcola.
E muito menos anistiaria o primeiro por isso.
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