sábado, 1 de dezembro de 2018

Das malas de um ditador


Um país como o nosso não merece um Supremo Tribunal Federal como esse que nós temos. Estou ouvindo agora o voto do decano, uma figura que a todo voto que proclama, destila o chamado falso saber, repleto de citações, no melhor estilo Marques de Maricá e Conselheiro Acácio. E a Weber? E o Lev? E o Totó? E o Gigi? E o Marquinho? O Brasil me exaure. Não preciso dizer mais nada. É preciso mudar de assunto, pois o STF é contaminante.
No dia 14 de setembro de 2018, em meio à campanha eleitoral no Brasil, esteve entre nós Teodorin Obiang, filho do ditador Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial. Em princípio, nada demais: o Brasil mantém relações diplomáticas e comerciais com o país africano - e Teodorin Obiang, além de laços de parentesco com o ditador, é também vice-presidente da Guiné Equatorial e será sucessor do pai. Durante os governos petistas, a Guiné foi país muito próximo ao Brasil, ao ponto de o presidente Lula ter servido de ponte entre empresas brasileiras e o ditador Obiang, do qual resultaram obras públicas, superfaturamentos e propinas. Mas isto é outra história.
Teodorin Obiang, ao desembarcar no Brasil, foi flagrado com duas malas altamente suspeitas: numa delas estavam guardados 1,4 milhões de dólares e na outra, vários relógios de luxo, cujo valor superavam os 500 mil dólares. As duas malas foram confiscadas – e Obiang permaneceu apenas dois dias no Brasil, pois tinha um compromisso em Singapura. Ninguém vai me convencer que o Rio de Janeiro era uma conexão entre Malabo (capital da Guiné) e Singapura. O ditador filho veio ao Brasil por algum motivo, certamente inconfessável.
A história toda, portanto, é bem estranha, suspeita e misteriosa, pois não se pode admitir que Obiang iria gastar aquele dinheirama todo em 48 horas. Como não se supõe que ele usaria tantos relógios em estada tão curta. Como ele viajava em avião particular não haveria razão para ele desembarcar com a dinheirama. Podia deixa-la no cofre da aeronave. Que dinheiro e relógios, enfim, eram aqueles?
Este será mais um mistério da história brasileira. Será? Li esta semana que o PT irá convocar seus militantes para cobrir os gastos de campanha de Haddad. Não sei a quanto atinge o buraco, mas como o candidato do PT deslocava-se pelo Brasil num jatinho alugado ele (o buraco) deve ser bem fundo.
Falei do ditador Obiang e suas misteriosas malas. Depois falei do rombo nas contas do PT. As duas histórias têm algo em comum?

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